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Reforma tributária e novas alíquotas podem pressionar investimentos em renda variável

Em 2025, o debate em Brasília avançou para uma nova etapa da reforma tributária. Uma das propostas em discussão envolve a criação de tributos sobre operações financeiras na bolsa de valores e também sobre aplicações em renda fixa. As alíquotas sugeridas variam entre 0,2% e 0,4% por operação, o que pode representar um custo adicional para investidores que operam com frequência.

Além disso, outra medida que preocupa o mercado é a proposta de cobrança de 15% sobre os dividendos pagos pelas empresas listadas. Atualmente, esse tipo de rendimento é isento de Imposto de Renda no Brasil. A mudança pode afetar a atratividade de ações de empresas tradicionalmente conhecidas por distribuir lucros de forma recorrente, como Petrobras, Banco do Brasil e BB Seguridade.

Por outro lado, os defensores da proposta argumentam que ela pode tornar o sistema tributário mais equilibrado. Hoje, os rendimentos do trabalho são tributados diretamente, enquanto parte significativa dos ganhos de capital no mercado financeiro pode ser isenta ou ter alíquotas menores. A proposta tenta reduzir essa diferença de tratamento.

Os impactos esperados variam entre os setores. Empresas de seguros e previdência, como BB Seguridade, podem ser beneficiadas por um ambiente mais estável e previsível. Já os investidores que atuam com maior frequência no mercado, como os traders, devem sentir os efeitos mais imediatos da nova tributação por operação.

O desempenho da bolsa no início de 2025 tem refletido essas incertezas. Após uma valorização no primeiro trimestre, o Ibovespa apresentou quedas em sessões recentes, pressionado também por notícias internacionais e tensões no cenário macroeconômico. A valorização do dólar e os juros ainda elevados contribuem para um cenário de cautela por parte dos investidores.

Ainda não há definição sobre a versão final do projeto, nem sobre a data de entrada em vigor das novas regras. Especialistas recomendam que investidores acompanhem de perto os desdobramentos da reforma e considerem uma possível reestruturação de suas carteiras, com foco em ativos que possam se adaptar melhor ao novo ambiente tributário.

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